sexta-feira, 19 de outubro de 2012

A polemica por traz das musicas do rock

O Rock sempre foi motivo de polêmica, já que sempre trouxe um motivo de rebeldia, além de focar muitas vezes em temas mais obscuros e quebrar paradigmas. Abaixo, estão algumas das músicas mais polêmicas do gênero, lembrando que é uma lista pessoal e não está em ordem, logo, fique à vontade para comentar e sugerir novas músicas.

ROLLING STONES – SYMPATHY FOR THE DEVIL:

Em 1968 os Stones se firmavam de vez na história da música com o álbum Beggars Banquet, e logo na primeira faixa já tínhamos a canção que foi de longe a mais polêmica da banda. Escrita por Jagger sobre o nome inicial de “The Devil Is My Name” ela traz a narrativa em primeira pessoa do ponto de vista do próprio Lucifer.

A música trazia uma sonoridade diferente, trazendo um riff que lembrava muito o ritmo do Funk, e a letra consistia em Lucifer relatando de forma narcisiva seus feitos durante a história da humanidade. Com versos como: “E eu estava por lá quando Jesus Cristo teve seu momento de dúvida e dor/ Certifiquei-me de que Pilatos lavasse suas mãos e selasse seu destino”, e “Estava por perto de São Petersburgo quando vi que era a hora de uma mudança/ Matei o Czar e seu ministros, Anastásia gritou em vão”.
A canção também trazia referências diretas aos assassinatos dos Kennedys, e fez com que a banda fosse acusada de incitação à Magia Negra, e muitos inclusive diziam que a letra era uma espécie de “admiração ao demônio” o que causou o boicote de várias emissoras de rádio.

SEX PISTOLS - GOD SAVE THE QUEEN:



O ano era 1977 e a rainha Elizabeth II comemorava o seu Jubileu de diamante (25 anos no trono). Junto com a comemoração vieram dezenas de homenagens principalmente de artistas ingleses, e os “Sex Pistols” também resolveram “homenagear” a vossa majestade.
A canção era a personificação do movimento Punk inglês, tratando de temas como a Anarquia e com frases que marcaram história como “Não há futuro para a Inglaterra!” e “Deus salve a rainha e seu regime fascista”, além de várias outras acusações regadas ao sarcasmo típico da banda que deixavam evidente o sentimento de revolta do proletariado que sofria uma crise de desemprego, e não aceitava as demonstrações de riqueza da monarquia enquanto a população sofria.
O single trazendo a música foi o segundo mais vendido no Reino Unido, o que causou uma onda de acusações por parte de músicos afirmando que a banda havia sido boicotada e a lista “manipulada” para que “God Save the Queen” não ficasse em primeiro. Isso, aliado ao fato de ter sido proibida pela BBC e por muitas emissoras de rádio, colocam “God Save the Queen” e os “Sex Pistols’ entre as músicas mais controversas da história do Rock.
THE BEATLES - HELTER SKELTER:


Os Beatles já estavam com a convivência desgastada, quando em 1967 Paul McCartney leu em uma edição da “Melody Maker” (famosa revista especializada em música) uma entrevista de Pete Townshend do “The Who” onde ele afirmava que “I Can See For Miles” era a canção mais alta e barulhenta que alguém já tinha feito. Ao ler isso Paul achou que a música era um “barulho organizado” e decidiu criar a sua própria ópera barulhenta e suja.
Helter Skelter é um nome de um brinquedo que consiste em um tobogã (famoso escorregador) e foi usado por Paul para dar a ideia de como se pode ir do topo ao nível mais baixo rapidamente.
A letra da música é difícil de entender, no começo fala sobre o brinquedo em si: "Quando eu chego ao chão, eu volto para o topo do escorregador, onde eu paro, me viro e saio para outra volta até que eu volte ao chão e te veja novamente." Visto por esse lado a música não é nada polêmica, o problema é que o famoso Serial Killer Charles Manson interpretou os Beatles como “Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse” e acreditava que a música anunciava uma futura guerra racial. Entre os dias 9 de agosto e 10 de agosto de 1969, a "família Manson" cometeu duas chacinas em Hollywood e escreveu nas paredes "Helter Skelter" com o sangue das vítimas. Durante o julgamento de seus crimes, em novembro de 1970, Manson explicou sua interpretação de "Helter Skelter" na corte: "Helter Skelter significa confusão. Literalmente. Não significa Guerra com ninguém. Não significa que eles irão matar outras pessoas. Apenas significa o que significa. Helter Skelter é confusão. Confusão está vindo rápido. Se você não vê que a confusão está vindo rápido, chame do que quiser. Não é minha conspiração, não é minha música. Eu escuto o que relato. Ela diz, ‘Apareça!’ ela diz, ‘Mate!’ Porque me culpar? Eu não escrevi a música. Eu não fui a pessoa que projetou isso na consciência das pessoas.

RAUL SEIXAS – SOCIEDADE ALTERNATIVA:



O poeta brasileiro, Raul Seixas, foi definitivamente uma das vozes que mais se opôs ao regime da ditadura no Brasil, e "Sociedade Alternativa" sem dúvidas foi o auge de sua carreira. Aleister Crowley foi uma das personalidades que mais influenciou bandas e artistas de Rock, e não foi diferente com Raul. E a sociedade era a utopia criada por Raul baseada na ordem O.T.O., seguidora dos seguimentos de Crowlei, e que Raul definiu perfeitamente em Novo Aeon: "Sociedade alternativa, Sociedade novo Aeon, É um sapato em cada pé, É direito de ser ateu, Ou de ter fé, Ter prato entupido de comida, Que você mais gosta, É ser carregado, ou carregar gente nas costas, Direito de ter riso de prazer, E até direito de deixar, Jesus Sofrer".
Isso era uma afronta ao regime ditatorial vigente no Brasil, tanto que em 1974 Raul e Paulo Coelho receberam um convite do porta-voz do general Ernesto Geisel que dizia querer maiores informações sobre a Sociedade Alternativa, já que o governo acreditava que a música realmente tratava de uma sociedade secreta, algo que não era realidade.
Raul fez contatos com diversos assessores do governo militar, e o resultado dessa confiança traduziu-se em buscas ilegais em seus apartamentos, prisão e posterior exílio nos Estados Unidos. Os jornais da época falavam que Raul tinha ido para os Estados Unidos bater um papo com John Lennon. A história do exílio só estourou nos anos 80, quando se podia falar um pouco do que aconteceu na época.
Hoje a música é vista como um verdadeiro hino do Rock Nacional, e continua trazendo a sensação utópica de uma sociedade onde a liberdade seja completa.

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