domingo, 21 de outubro de 2012

A Última Entrevista do Casal John Lennon e Yoko Ono

        A alguns messes me deparei com o livro "A ultima entrevista do casal John Lennon e Yoko One" ,antes de velo confesso jamais ter ouvido falar desse livros. Mais logo junto com a surpresa veio uma grande ansiedade para lelo, e assim, fiz quando terminei a leitura não pude guardar tal conhecimento para min, e então resolvi posta-lo aqui  
David Sheff dá uma lição de jornalismo, de como deve proceder um bom repórter, mesmo tendo, à época, apenas 24 anos de idade. Mostra no livro o caminho percorrido até conseguir chegar ao edifício Dakota onde morava o casal e passar com eles vários dias e aprofundar a entrevista para mostrar o momento que viviam em 1980, depois de Lennon passar cinco anos longe dos holofotes cuidando do filho Sean. E ensina também que numa entrevista o importante é a palavra do entrevistado.
Logo na apresentação do livro, Sheff denota a importância que essa entrevista adquiriu ao afirmar que "é fácil se tornar pessimista quando um herói como Lennon é assassinado. Mas, em 1980, John e Yoko diziam, e Yoko continuava dizendo em 2000, que existe uma outra forma de ver a vida". Segundo o jornalista norte-americano a maior lição do casal nesta entrevista é a máxima: "faça pelos outros sempre o que puder. Embora seja fácil viver de olhos fechados, devemos lutar contra esse impulso. Se não gostamos do que vemos, precisamos mudar. Pelo menos tentar. Celebrar a vida. Imaginar um mundo melhor. Isso é tudo o que eles dizem".
Lennon e Yoko dão uma lição de vida quando escancaram seus pensamentos e abordagens para que isso sirva como uma forma de ajudar as pessoas a entender melhor a vida.
       Ao deixar o fenômeno Beatles e partir para carreira solo, Lennon mostra sua coerência em favor de sua arte, abrindo mão de milhões de dólares que certamente viriam se o grupo continuasse. Chegou um momento para o ídolo em que "era mais importante olhar para nós mesmo e encarar a realidade do que continuar uma vida de rock 'n' roll ligada ao show business, subindo e descendo ao sabor dos ventos, tanto do próprio desempenho quanto da opinião do público sobre nós". Lennon diz que saiu da banda por sentir-se preso a um proposta que não lhe cabia mais. "A ideia de ser um músico de rock 'n' roll de certa forma se adequava a meus talentos e mentalidade, e a liberdade era maravilhosa. Então, percebi que não era livre. estava encaixotado", disse. Para ele, "toda a ideia dos Beatles, é que você deve fazer o que quer", a proposta de "faça o que bem entender desde que não machuque ninguém". Por isso conclui "essa é a viagem artística... Por isso mesmo você segue em frente, sempre tentando fazer com que a próxima seja melhor".
Com muita clareza, Lennon define toda sua vida e expõe a vontade de viver longos anos ainda para produzir muito mais. Critica ferozmente o capitalismo e se define como um "socialista por instinto", colocando-se ao lado dos trabalhadores e da vida. "Talvez, dentro de alguns anos, estaremos sentados sem nos mexer outra vez, Porque eu presumo que a vida seja longa", diz o artista, para quem "a semente foi plantada nos anos 1960, mas as verdadeiras mudanças demoram a acontecer". Por isso, reafirma: "a guerra acabou, os anos 1960 terminaram, os Beatles também, e é tudo a mesma coisa".
A luta pela paz e por um mundo melhor é tão intrínseca à obra de Lennon que ele, em toda sua carreira, enfrentou inúmeras controvérsias. E amealhou milhões de fãs, do Tibete ao Brasil, do Vietnã aos Estados Unidos, do Japão a Cuba, pessoas de todos os credos e cores amavam os Beatles e acreditavam (e continuam acreditando) nas palavras mágicas de John Lennon.
Mas a cultura é fundamental na vida e a música dos Beatles era a bandeira de uma juventude ávida de liberdade e por isso ela continua atual. Eles universalizaram o rock e transformaram a música no mundo com sua irreverência, e conteúdos ligados à vontade de superação de uma vida contida. John Lennon, com os Beatles e depois na carreira solo lutou pela paz, contra o racismo, pelos dos trabalhadores, como fez na música I'm the greatest (Eu sou o maioral), inspirada na frase do boxeador Muhammad Ali, como um brado de sou negro e sou lindo, e igual a vocês brancos. Por tudo isso, Beatles e Lennon fazem parte da história da cultura do mundo com trajetória ímpar.
       No transcorrer da entrevista, Lennon mostra uma gana e vontade de viver e produzir mais obras de modo incrivelmente lúcido, dando maior carga emocional à entrevista. Numa de suas respostas ele se mostra perplexo com a violência que assola o mundo. Ele mesmo confessa-se violento, principalmente com as mulheres e precisava de uma parada para refletir sobre tudo o que tinha feito.
Uma de suas respostas diz tudo. "Mahatma Gandhi e Martin Luther King são grandes exemplos de fantásticas personalidades não violentas que morreram de forma violenta. Não consigo entender isso. Somos pacifistas, mas não sei o que significa ser tão pacifista a ponto de levar um tiro. Jamais conseguirei entender uma coisa dessas", disse.
Sheff conta que Yoko lhe telefonou no dia 7 de dezembro para dizer que o casal tinha ficado muito satisfeito com a entrevista, "que chegara às bancas no dia anterior". No dia 8 de dezembro John Lennon morreu alvejado por quatro tiros. Realmente não dá para entender. Talvez tudo pudesse ser diferente se todos dessem uma "chance à paz", como apregoou o maior ídolo pop do século 20.

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